Esta segunda parte de nossas reflexões estão mais ligadas às perguntas e questionamentos da realidade atual que pedem à igreja um novo passo: iniciar adultos, jovens e crianças no seguimento a Jesus Cristo. Daí nasce a Catequese de Iniciação à Vida Cristã.
A MUDANÇA PARA UMA NOVA MENTALIDADE
Hoje, na nossa sociedade globalizada, desmaterializada e desterritorializada, na qual as notícias acontecem em tempo real, é mais que necessária e compreensível esta discussão. É o educador da fé, bem formado e consciente no mundo do diálogo entre homem e mídia, no dia a dia do processo de formação do novo cristão, que provoca o homem para a inserção no seu meio, nos problemas de seu tempo, que o mobiliza a passar da crítica ingênua a um estado crítico-reflexivo. Para essa mudança constitui-se o terceiro desafio - a mudança para a construção de uma nova mentalidade – o que hoje nos pede insistentemente a Catequese de Iniciação à Vida Cristã.
Diante deste desafio, ou seja, o de educar para a atual ordem da vida eclesial, precisamos de catequistas esclarecidos. O que um catequista bem formado e consciente deve visualizar é proporcionar uma educação de fé que não se reduza ao imediato (catequese sacramental) ou somente ao local (na minha paroquia...), mas sim uma educação que fomente a construção no devido tempo da infância à terceira idade, que dê sentido ao desenvolvimento da vida.
UM OLHAR SEM FRONTEIRAS
Cada dia a vida muda, a ciência progride, as gerações evoluem; com a catequese não é diferente. Desejamos que o seu crescimento seja constante, isto é, que construa diuturnamente uma imagem de espiral em busca de novos horizontes. Reafirmamos aqui que os educadores da fé são protagonistas dessas mudanças e criações, não que dependa exclusivamente deles, mas, que a partir deles, seja possível uma catequese de qualidade.
Não há a necessidade do catequista explicador, mas daquele que motiva o outro a pensar. Com o advento da tecnologia, por exemplo, é possível, por meio do vídeo, da televisão, da internet, do cinema levar os catequizandos a ver e ouvir as grandes mensagens evangélicas e, juntamente com o catequista, descobrir, discutir e alargar sempre mais a compreensão do Reino de Deus.
A FIGURA DO EDUCADOR DA FÉ
Primeiramente, é preciso entender que a fé diz respeito à dimensão mais interna da pessoa e que a sua educação a partir deste movimento - interno e pessoal - pode promover, gerar e dar sentido à sua vida. Daí a seriedade de tal assunto.
Em razão desta afirmação, quando pensamos em explicitar as características do catequista capaz de elevar o catequizando à condição de discípulo de Jesus Cristo, supomos a sua árdua tarefa na busca da excelência no exercício de sua atividade catequética. Mas, não só. É o educador que, no exercício da sua vida pessoal, preza pela busca e estima de si e por si mesmo, das suas relações com os outros e com Deus. Os catequizandos ao perceberem que o catequista preza pelo conhecimento que propõe e pelo ser que é, passam a desejar segui-lo. Ser educador da fé, neste sentido, é uma opção de vida que implica na formação da vida do outro.
Que seja o sal da terra, capaz de ensinar, a despeito da complexidade e confusão modernas, a arte da vida pessoal inspirada em Jesus Cristo, em uma sociedade extremamente impessoal!
Regina Helena Mantovani
Coordenação da Animação Bíblico-Catequética / Regional Sul 2