A vida na cidade precisa muito de regulamentos para funcionar bem, com segurança e respeito aos direitos de todos. Pensemos, por exemplo, nos sinais de trânsito. Às vezes alguém está com pressa e reclama porque o sinal está vermelho, exigindo que o veículo pare. Mas o sinal não está funcionando para incomodar os motoristas. Ele existe exatamente para que o trânsito funcione melhor para todos. Se um acidente desligasse todos os sinais numa cidade muito movimentada ficaria bem mais difícil cada um chegar a tempo e com seu segurança a seu destino.
As leis de Deus nos foram oferecidas também para melhorar o “trânsito” da nossa vida, enriquecendo nossos relacionamentos e nos mostrando um caminho de crescimento mais construtivo, para cada um e para todos. Mostra o que deve e o que não deve ser feito para que nossa vida seja uma boa caminhada. Então, seguir essas leis não é apenas submissão e fidelidade a Deus, é sabedoria para viver melhor. Podemos pensar num outro exemplo de algo muito comum nas nossas casas. Temos aparelhos domésticos que facilitam nossa vida como, por exemplo: geladeira, fogão, micro-ondas, máquina de lavar... Cada um deles vem com um manual do fabricante, dizendo como ele deve ser usado para funcionar bem. O da máquina de lavar roupa diz como ela deve ser instalada, qual o limite de peso da roupa a ser lavada, o que deve ou não deve ser colocado na máquina, a voltagem da corrente em que ela deve ser ligada. Imagine que alguém pensasse: a máquina é minha, esse fabricante não vai mandar em mim, vou fazer tudo ao contrário que ele recomenda porque o dono da máquina sou eu. A máquina iria estragar, é claro, e poderia até causar problemas para o resto da casa. Isso seria um “castigo do fabricante”? Ou seria uma consequência da pouca inteligência do usuário?
Nosso Criador nos deu também um “manual do fabricante”, com orientações para funcionarmos da melhor maneira, desenvolvermos os dons que Ele nos deu e não estragarmos a família humana na qual Ele nos colocou. Então, seguir as leis de Deus é atitude de sabedoria porque esse Criador, que nos ama tanto, só dá instruções para o nosso bem. Até o amor ao próximo, por exemplo, não beneficia só o outro. É o que nos diz, por exemplo, esta quadrinha bem simples:
É a ti que serves também/ quando serves, companheiro./ É aquele que acende a luz/ que se ilumina primeiro.
Se isso funcionasse como Deus quer na humanidade, todos seriam mais felizes porque todos viveriam num mundo melhor, mais seguro, mais justo, com mais alegria, amizade, companheirismo.
Uma reflexão assim nos faz pensar num modo mais animado e positivo de apresentar os mandamentos e as outras orientações que a Palavra de Deus dá para a nossa vida. Assim a obediência a Deus vai ser entendida de um modo mais entusiasmado e mais atraente até para quem ainda não se converteu aos valores do Evangelho. Cada catequizando pode escolher alguns mandamentos ou indicações do Evangelho e imaginar como ficaria sua cidade se todos seguissem essas orientações. O que não haveria mais? O que melhoraria na vida das pessoas? Em casa, uma conversa com o pessoal da família poderia destacar a idéia de que é sábio fazer o que Deus pede porque um Pai sábio e bom só pede a seus filhos o que vai fazer bem a eles.
Também para os catequistas essa é uma orientação que traz alegria. Trabalhamos bastante, e voluntariamente, para anunciar coisas boas, para que a vida de cada um (e a nossa também) funcione com a qualidade que o Criador, o “fabricante de gente”, quis nos oferecer. E existe algo mais animador do que nos sentirmos orientados e orientadores para uma vida mais significativa e construtiva?
Therezinha Motta Lima da Cruz
junho/2020