Após a introdução da exortação apostólica Catequese Tradendae, vem um capítulo com o título: “Nós temos um único mestre, Jesus Cristo.”
Na verdade, nada pode ser mais importante do que Ele. Mas não se trata apenas de passar conhecimentos sobre Jesus. O que se busca aí é uma intimidade que o coloque sempre ao lado de cada pessoa, que faça catequistas e catequizandos caminharem com Ele pela vida a fora.
Na Bíblia temos Jesus se apresentando a Tomé como o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6). A catequese tem que mostrar como Jesus precisa ser percebido como o Caminho que direciona as nossas decisões, a Verdade que nos faz escapar do que é falsidade e mentira, a Vida construtiva e dedicada ao bem que Deus sempre quis nos mostrar através de seu Filho. Isso não se comunica com discursos teológicos, mas contemplando como esse Caminho, essa Verdade e essa Vida podem transformar também as realidades concretas do nosso tempo.
Um bom modo de fazer isso é o uso da leitura orante. Podemos convidar os catequizandos, junto conosco, a conversar com Jesus a partir de leituras do Evangelho, adaptando assim os 4 passos:
Tudo que vamos ensinar, partilhar (ou até aprender com nossos catequizandos) tem que estar centralizado em Jesus, no que Ele viveu e comunicou. Sem essa íntima relação com Jesus, a catequese se esvazia, não dá conta de seus objetivos.
Catechesi Tradendae destaca o papel de Jesus como Mestre. Diz que assim o chamavam os apóstolos “com uma entonação ao mesmo tempo de admiração, de confiança e de ternura” (CT 9). Esses sentimentos também devem crescer no coração dos catequizandos. Com confiança em Jesus, somos todos mais capazes de realizar boas coisas, de vencer dificuldades, de corrigir nossos próprios erros. A ternura despertada pelo enorme amor que Deus nos manifestou em Jesus traz à catequese um clima de alegria, importante para estimular a perseverança na fé.
Esse capítulo termina com uma afirmação sobre Jesus que não devemos esquecer: “É somente numa profunda comunhão com Ele que os catequistas encontrarão luz e força para uma desejável renovação autêntica da catequese.” (CT 9)
Assim se percebe que Jesus não é só um “tema de estudo”, é um companheiro de caminhada, um forte sinal do amor de Deus, algo que dá um sentido novo e gratificante à nossa vida. E isso com certeza faz da nossa catequese uma tarefa especial, carregada ao mesmo tempo de responsabilidade e alegria.
Therezinha Motta Lima da Cruz